Normalmente venho aqui falar-vos de Amor na educação e na importância do Amor se expressar em tudo o que fazemos, mas sobretudo, na forma como educamos as Crianças.
A verdade é que ninguém dá o que não tem. Vivemos numa sociedade em que os padrões de comportamento se repetem. Educamos os nossos filhos, não raras vezes, da forma como fomos (des)educados. Por sua vez, os nossos pais (des)educaram-nos também da forma como os seus pais fizeram com eles e assim sucessivamente. É necessário muito trabalho de Autoconhecimento para se conseguir sair desses padrões de repetição, pois eles vibram tão “enraizados” em nós que se manifestam (quase) sem darmos por isso.
É importante refletir sobre os comportamentos apelidados de “desviantes” a que assistimos nos dias de hoje, a abrir os telejornais.
Uma criança ou jovem que sente a necessidade de se expressar através desse tipo de comportamento está, claramente, a chamar à atenção dos que lhe são mais próximos para alguma coisa. A questão é que nem sempre essa criança ou jovem sabe expressar a sua necessidade objetivamente, até porque ela expressa, muitas vezes, o que está no inconsciente dos pais, dos seus ancestrais e no inconsciente colectivo.
E a palmada que nas gerações passadas serviu como “ferramenta” na chamada arte de educar, tem repercussões emocionais incalculáveis nos adultos nos dias de hoje, assim como toda a violência utilizada muitas vezes de forma subtil e dissimulada..
Hoje quero convidar-vos a refletir sobre este tema, porque a desculpa que muitas vezes usamos de que “sempre se fez assim” já não pode servir de argumento quando se pensa no papel educativo dos pais.
Temos a tendência a repetir o que aprendemos e a perpetuar esses comportamentos por diversas gerações. Está na altura de ganhar a consciência de que é possível fazer diferente.
Está na altura de curar as nossas feridas internas e decidir se queremos gerar uma mudança positiva nos jovens de hoje, que serão os adultos de amanhã.
Como costumo afirmar, e todo o meu trabalho se direcciona para isso, é PRECISO EDUCAR OS PAIS PARA EDUCAREM OS FILHOS.
No passado dia 22 de novembro saiu mais um estudo que aponta para os riscos de desenvolvimento de ansiedade e depressão e alterações na atividade cerebral como consequência de castigos corporais.
E não sou só eu que o digo. Ainda bem que, cada vez mais, se fazem estudos sobre isto.
_____
Estudo completo disponível aqui:
https://endcorporalpunishment.org/corporal-punishment-neural-research/
https://endcorporalpunishment.org/resources/research/